Why war?

Em tempos hipermodernos, as imagens chegam rápido e são absolutamente chocantes! Como é possível uma Guerra em pleno século 21? Para entender este absurdo, podemos usar
a explicação da imprensa “regulada” ( alguém percebe alguma familiaridade com este termo? ) de Putin e o perfil psicanalítico do líder do Kremilin. Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia disse que o Kremlin está tentando impedir uma guerra no leste europeu que possa ocorrer em território ucraniano ou que possa começar a partir dali. Já Vladimir Putin, nos primeiros momentos da invasão, disse que buscava a "desnazificação" da Ucrânia, país cujo líder democraticamente eleito, o presidente Volodymyr Zelensky, é judeu. Tentou outras justificativas para defender sua invasão da Ucrânia com alegações infundadas de que o genocídio estava sendo cometido contra russos étnicos no leste da Ucrânia. Na imprensa regulada, a Rússia chamou a invasão de operação militar especial e criminalizou o compartilhamento de informações sobre a guerra internamente, ameaçando os dissidentes com prisão de até 15 anos!? Em Moscou, a polícia estava exigindo ver os telefones dos civis, examinando suas fotos e mensagens de texto.
Vladimir Putin, sofre de um transtorno narciso, psicopata e degenerativo. Desde jovem, o líder do Kremlin não era exatamente normal. Muito introvertido, tímido e com reações desproporcionais em lidar com as mulheres. Quando chegou ao trono, sempre quis controlar a propria imagem que projetava na televisão. Tudo é superdimensionado, tudo é grandioso, tudo lembra os tempos dos czares. Putin se vê como uma grande figura histórica, o complexo napoleônico. Ele deve estar pessoalmente, profundamente e emocionalmente investido em recuperar o antigo poder da Rússia sobre seus vizinhos. A conquista da Ucrânia não tem nada a ver com as reivindicações da Rússia, sua história, seus direitos ou os danos que acredita ter sofrido. A conquista da Ucrânia é o espetáculo macabro encenado por um homem cuja própria história se confunde com o presente, sob os olhos do mundo. Uma efusão narcísica de raiva, violência, infantilismo. É a busca de amigos que Vladimir só poderia ter através da opressão, controle e intimidação. É a busca pelo amor da mulher que, na verdade, sempre o rejeitou pela inadequação que ele trouxe para o relacionamento.
Para Putin, o Ocidente é o inimigo da Rússia e o líder russo se vê como um herói que deve derrotar o rival e proteger a Grande Russia, incluíndo todas as terras do Império. Aqui pode estar outra chave para entender Putin, um complexo de Édipo, a identificação do herói. Se o narcisismo primário é estrutural e necessário, pois é basicamente nosso investimento em nossa própria autopreservação, o narcisismo secundário envolve traços de caráter e hábitos específicos como a soberba, a auto-inflação, a percepção de superioridade, tudo isso mascarando um medo subjacente da própria inadequação. Se guiado por tal emoção, Putin pode ser o inimigo mais assustador, porque a guerra é uma missão sagrada.
Putin pode estar se preparando para um conflito militar com o Ocidente. Como podemos entender o enigma no Kremlin? Jogando com o medo. Os danos que a Rússia poderia sofrer como resultado da guerra contam menos do que o medo de um futuro em que seu próprio poder se deteriore. Sem a operação militar na Ucrânia, ele nunca se tornará o imperador da “Nova União Soviética”. Putin já fez sua escolha. Talvez a guerra seja um curso que Putin já escolheu. Se assim for, não pode ser uma pequena guerra.
Einstein trocou correspondências ( onde empresto o título para este artigo ) com Freud, sobre a organização projetada dos líderes intelectuais, em 1931/1932, e entre outros assuntos, pergunta: “como é possível que essa pequena camarilha dobre a vontade da maioria, que pode perder e sofrer com um estado de guerra, a serviço de suas ambições? É possível controlar a evolução mental do homem de modo a torná-lo à prova da psicose do ódio e da destrutividade?” E Freud responde: “Quando soube de sua intenção de me convidar para uma troca mútua de pontos de vista sobre um assunto que não apenas lhe interessava pessoalmente, mas também parecia merecer o interesse público, aceitei cordialmente. Eu esperava que você escolhesse um problema situado na fronteira do conhecido, como está hoje, um tema que cada um de nós, físico e psicanalista, poderia abordar de seu próprio ângulo, para encontrar finalmente em um terreno comum, embora partindo de instalações diferentes. Assim, a pergunta que você me fez – o que fazer para livrar a humanidade da ameaça de guerra? – me pegou de surpresa. E, em seguida, fiquei pasmo com o pensamento da minha (nossa, quase escrevi) incompetência; mas aqui, também, você declarou a essência do assunto em sua carta - e tirou o vento das minhas velas!”