A epidemia do desamor
Nas últimas duas semanas, recebi 3 novas clientes para um ciclo de sessões. Visivelmente abaladas, contam suas histórias e se emocionam a cada instante que reconhecem sua paralisia diante dos comportamentos do parceiro. Drogas, sexo fora do relacionamento, violência física, assédio moral, obsessão, carência, ciúmes, brigas na frente das crianças, abandono temporário, relacionamento abusivo, propostas para orgias e swing, confusões financeiras e etc..
Os enredos são tão semelhantes que eu poderia, salvo um ou outro detalhe, só trocar o nome dos personagens e as histórias seriam as mesmas. E nos últimos meses, recebi mais histórias semelhantes, o que me chamou a atenção: estamos vivendo uma epidemia de desamor? Você já deve estar julgando: os homens são todos iguais. Não, não são todos que se comportam assim. Tem muita gente bacana por aí em busca de um relacionamento estável, uma parceira de vida para dividir a educação dos filhos ( os seus e os meus ), construir objetivos em comum, viajar, curtir com os amigos e muito mais. Na sabedoria popular, seriam consideradas com o “dedo podre” para a escolha dos parceiros. Sim, elas estão escolhendo errado. No desespero de encontrar alguém logo com medo de ficar sozinha, muitas mulheres percebem os desvios de comportamento dos novos parceiros e insistem achando que não vão conseguir nada melhor, porque tem filhos ou estão se considerando velhas e muitas vezes acreditam que eles "vão mudar" se relacionando com elas.
O que estas mulheres tem em comum?
A crença do desamor.
O Desamor é um termo criado por David Beck, terapeuta cognitivo comportamental que representa a auto imagem fundamentada em traumas passados e a cada experiência negativa, reconfirma essas crenças como “eu não sou boa o suficiente”, “eu não posso ser amada”, “eu não vou ser desejada por ninguém”, “eu sou imperfeita”, “tenho filhos e ninguém vai me querer” e por aí vai. A pessoa busca todo o tempo, situações e homens que reafirmam essa imagem de si mesmo. Outra coisa que reforça as crenças são os aplicativos de encontros. Você sai com um considerável número de pessoas que somam inúmeras frustrações. As crenças são apenas uma percepção que foi aceita como verdade e podemos mudá-las por novas crenças poderosas e transformadoras para encontrar seus verdadeiros desejos.
A primeira coisa a fazer é definir o que você quer: casar de novo, quer só namorar ou ficar na farra? Você quer um cara para ajudar você, uma pessoa para dividir a vida ou só uma companhia eventual? Quando você define seu desejo, fica mais fácil avaliar quem se encaixa ou não no que você acredita ser o seu ideal. Aí é só ficar atenta e ter paciência. Encontrar um novo parceiro é difícil e leva tempo. Enquanto isso, você precisa se cuidar, ter uma vida estável, regular sua energia masculina e feminina, se permitir ter amigos e uma vida própria individual saudável, assim se tornar admirável para atrair bons parceiros e ter força para abrir mão quando encontrar alguém que não corresponde ao que você quer. Além disso, parar de focar em encontrar alguém o tempo todo. Vejo as pessoas logo pensando: “acho que esse pode dar certo” no primeiro cara que encontra no bar. Faça amizade primeiro, dê espaço para uma boa conversa. Talvez o seu grande amor seja amigo desta pessoa e não necessariamente ela.
Sempre trago a Tia Lina como exemplo: ela tem 77 anos e encontrou o David, de 82 anos e estão apaixonados vivendo uma linda história de amor. Então tenha paciência. Você vai sim encontrar uma pessoa legal mas não se esqueça de também fazer a sua parte.