Tem um nome o que estamos sentindo.

Tem um nome o que estamos sentindo.
Photo by Nathan Dumlao / Unsplash

Olá! Como vai você?! Em vez de dizer “ótimo” ou “tudo bem”, imagine se respondêssemos: “honestamente, estou definhando”.

Conforme o tempo vai passando e seguimos em pandemia, lutamos com nossas emoções, tentando entender o que estamos sentindo. Ainda temos energia, mas não estamos tão animados. Não nos sentimos desesperados, não é depressão. Apenas nos sentimos sem alegria, sem foco e objetivos, uma sensação de estagnação, desanimo e vazio. Ontem mesmo, meu cliente abre a sessão dizendo: “estou esgotado, sem motivação”, mas descreve com relativo entusiasmo, como anda sua vida profissional e emocional e fecha dizendo que estava com saudades de ir ao bar tomar um chopp gelado. Essa emoção dominante em 2021 tem um nome: Languishing. Em uma tradução livre, algo como definhando. O termo foi criado por um sociólogo chamado Corey Keyes, que ficou surpreso ao ver que muitas pessoas não estavam deprimidas mas também não estavam prosperando. Sua pesquisa sugere que as pessoas com maior probalidade de sofrer de depressão grave e transtornos de ansiedade nos próximos anos são aquelas com esses sintomas.

Quando falamos de saúde mental, existe um espectro que vai da depressão ao florecismento. Florescer é o auge do bem-estar: você tem um forte senso de siginificado, domínio e importância para os outros. A depressão é o vale sombrio do mal-estar: você se sente desanimado, esgotado e sem valor. Languishing é o vazio entre a depressão e o florescimento – a ausência do bem estar. Você não se sente bem, mas também não se sente mal. Parece que você não está funcionando na sua capacidade total. O Languishing entorpece sua motivação, atrapalha sua concentração e compromete sua performance na vida e no trabalho. Parte do perigo é que, quando você está definhando, pode não notar o entorpecimento do deleite ou a diminuição do impulso. Você não se pega escorregando para a solidão; você é indiferente à sua indiferença. Quando você não consegue reconhecer seu próprio sofrimento, você não busca ajuda.

Ainda temos muito o que aprender sobre o que causa a sensação de definhar e como curá-la, mas, a melhor estratégia para lidar e controlar o Languishing é nomear suas emoções. No começo dos meus ciclos de sessões, logo envio para meus clientes, por whatsapp, uma “colinha” com todas as emoções e ensino: salve no seu celular e quando sentir algum desconforto que você não consegue reconhecer, é só abrir as imagens e tentar encontrar um nome para o que está sentindo. Isso pode ajudar a desobstruir a visão e colocar alguma luz sobre a experiência.

Então, o que fazer sobre isso? Um conceito chamado “fluxo” pode ajudar a reduzir o Languishing. O fluxo é estar absorvido em alguma atividade que possa te desafiar de alguma forma, algo que possa ampliar suas habilidades, onde seu senso de tempo, lugar e self se desvanece. Estar imerso em uma atividade pode evitar o enfraquecimento. Uma farra noturna de Netflix, um bom livro ou alguma atividade com as mãos, jardinagem, um Lego ou algo do genêro. Importante lembrar que o Languishing compromete o foco, então, fragmente sua atividade: 25 minutos de foco por 5 minutos de descanso. A motivação vem da sensação de progresso!

Pequenas metas, grandes vitórias! Um ato de desafio silencioso, a busca da felicidade em um dia sombrio e um propósito em uma pandemia sem fim.

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